sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sentinela


Parei em frente ao prédio e olhei para o teu andar.
Não via nenhuma luz, nem aquele vulto amigo que me faz sempre um gesto de adeus na hora da despedida.
Dei uma volta ao prédio. As tuas janelas encontravam-se no escuro, será que estás mesmo aí ?
Que vontade meu Deus, que vontade louca de estar contigo.
Mas no fundo imaginava-te deitado e a dormir, era o mais provável a essa hora.
Mas decidi mandar-te uma mensagem... que insolência a minha.
Eu quero-te tanto mas também sei que os teus compromissos são importantes e que tu precisas de descansar, eu entendo.
Èra tarde, e tu não podias, não devias, não querias entrar nesse meu "delírio".

Louca varrida, arranquei de carro deixando uma fumaceira atrás de mim e percorri uma boa distância até achar uma rotunda bem mais á frente, e aí dei por mim a dar meia volta, como atraída e incapaz de me afastar do teu prédio, da tua sala, do teu quarto...rs...de TI Safado.

Parei o carro e abri as janelas. Acendi mais um cigarro e fechei os olhos.

Lentamente eu levei a minha mão ao rosto e começei por instinto a desenhar com o meu dedo o contorno dos meus lábios húmidos, respirando devagarinho, enquanto o vento acariciava os meus cabelos.

Passei de seguida uma mão por baixo da minha t-shirt para brincar com os meus seios, imaginando a tua língua sorrateira.

Deixei finalmente descair o meu braço direito e meti a mão nas minhas calças. Acariciei-me, da forma como tu gostas de ver e imaginei-te de repente ali, penetrando-me de uma vez, impaciente, enquanto eu enterrava a minha língua na tua boca.

Que calor, que noite quente e que desespero.

Saí de repente do carro, precisava de apanhar um pouco daquela brisa fresca. Encostei-me á porta, acendendo outro cigarro. Soprei o fumo para bem longe, suspirando. Pensei em ligar-te para poder ao menos ouvir a tua voz a sussurrar ao meu ouvido, ou mesmo sem dizeres nada... apenas sentir-te a respirar.

Mas que fraqueza a minha. Pensei em forçar a porta do prédio e despir-me deseperadamente no elevador enquanto não chegava á tua porta, para de seguida abri-la como uma ladra e deitar-me ao teu lado devagarinho, culpada por não ter horários decentes, aiii...mas ia-me sentir tão feliz.

Pensei sim e imaginei, imaginei muito nessa noite, via-me a trepar as paredes, subindo cada andar com a esperança de te poder tocar.

Que noite complicada, que vontade...

Voltei para dentro do carro. Arranquei de novo, parando aqui e acolá mas sempre rondando o teu prédio, prestes a assaltar-te...

Meu Deus como é difícil não te ter nesses momentos,

Como é difícil não te ter para sempre.
Mais um cigarro...baixei a cabeça e respirei bem fundo. Sentindo-me finalmente conformada por umas horas, e lá arranquei eu para a minha casa, desconsolada e com um maço de tabaco vazio pousado no assento ao lado.
Que noite... mas noite foi a de hoje....quando finalmente pude estar contigo.


IWYSM


Lili

2 comentários:

  1. pois... tara, desejo, loucura, vontade... tb não faltou a quem estava dentro do "prédio"... não naquela hora... mas sim já á muitas horas... nakela hora... e durante muitas mais horas... pk nem só contra a tara, desejo, loucura, vontade... akele ser k habitava no prédio "luta"...

    um grd bjo....

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  2. Excelente relato!...

    Nada vulgar. Com sentimento...

    Lindo!!!


    Beijinhos....

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