sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Chama-me louca !



Chama-me louca, SAFADO, diz -me que não tenho juízo mas eu não sei ser de outra forma.
Sinto-me levada, arrastada, presa, terrívelmente apaixonada.
Chama-me louca por chamar “paixão” a este sentimento que me possua,
que me faz delirar em sonhos, salivando durante horas a fio,
que me deixa sem palavras, meia tonta,
que me deixa bem carente quanda a saudade aperta.
Chama-me louca sim, tu podes,
porque eu sou louca por ti SAFADO...
mas eu não quero cura,
pois minha insanidade me é benéfica.
Faz-me sentir forte,
Faz-me sentir mulher,
inteira, verdadeira,
Chama-me louca...SAFADO
e anda cá enlouquecer-me mais um pouco,
....anda...chama-me.
NFHMILY

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Momentos




Vontade, desejo,
Céu limpo, uma estrela cai
na selva envolvida em sombras,
dois vultos se encontram.
Um carro parado, a lua sorri.
O tempo para,
um carro arranca...
e nos vapores da água quente,
gemidos,
abraços apetecidos,
beijos,
entre paredes suadas,
cheiros,
corpos desejados,
mentes safadas.

Catecismo



Inferno é perder a vida por medo.


O paraíso é presente.


Te convido para o fogo.



Paula Cajaty

O Salvador


(..)
Meu sorriso rompe o gelo, já não dói.
Meus membros vencem a crosta de gesso, já não sou uma estátua.
Abro as vidraças.
Ensaio passos de uma nova dança, ouvindo uma música que nem mesmo sei se existe.
Porque ele me assiste.


Branca Maria de Paula

A Deusa



Comeu-o com muito gosto, estalando a língua e gemendo de prazer. Mas não o fez de maneira selvagem. Ao contrário, foi bastante cortês.
Comeu-o aos poucos, com requinte e sabedoria. Dispôs igualmente de todas as partes, sem rejeitar nenhum ossinho, por miúdo que fosse. Aproveitou tudo tudo, inclusive os dedos dos pés.
Sugou primeiro os lábios carnudos, suspirando delicado.
Quando mordiscava o lombo, gemeu alto. Ao chupar a coxa, quase perdeu a compostura.
Perdeu a compostura ao lamber as partes tenras. Sacrificou-o em grande estilo, arrancando-lhe as vísceras sem sombra de culpa ou tardio remorso. Mas o momento de gozo ela viveu ao devorar-lhe a cabeça.
Ele perdeu a pele, as carnes, ficou nu por fora e por dentro. Mas ela não teve dó. Arrebatara seu coração. Enfim.


Branca Maria de Paula

Eros é a Água


Entre as tuas pernas
o mar revela-me estranhos recifes
rochas erguidas corais altaneiros
contra a minha gruta de búzios concha nácar
o teu molusco de sal persegue a corrente
a pequena água inventa-me barbatanas
mar da noite com luas submersas
tua ondulação brusca de polvo congestionado
acelera nas minhas guelras um latejar de esponja
e os cavalos minúsculos flutuam entre gemidos
enredados em longos pistilos de medusa.
Amor entre golfinhos
aos altos lança-te sobre o meu flanco leve
recebo-te sem ruído olho-te entre bolhas
cerco o teu riso com a minha boca espuma
ligeireza da água oxigênio de tua vegetação de clorofila
a coroa de lua abre espaço ao oceano.
Dos olhos prateados
flui longo olhar final
e erguemo-nos do corpo aquático
somos carne outra vez
uma mulher e um homem
entre as rochas.

Gioconda Belli
(Tradução de José Agostinho Baptista)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ILY SAFADO

Beija-me
Beija-me
Deixa-me sugar teu coração,
Amo os teus beijos
Amo o teu coração,
É doce, é safado,
Amoroso...
Ás vezes me põe danada,
Mas eu amo sempre,
Esse coração.
Toca-me
Toca-me
Deixa-me sentir as tuas mãos,
Amo as tuas carícias
Amo essa sensação,
É gostosa, é sensual,
Inesquecível...
E nunca vou esquecer,
Esse teu toque safado,
Essas mãos.
Ama-me
Ama-me
Deixa-me viver com esse amor,
Ama-me não tenhas medo
Ama-me sem pensar mais,
É fantástico, é viciante,
Única...
Essa tua maneira de me amares,
Sinto-te presente, tão presente,
Em mim.
Sente-me
Sente-me
Quero que me sintas,
Dentro do teu coração
Dentro da tua alma,
É sincero, é querido,
Quero entrar...
Nesses teus sonhos,
Quero estar...
Nesse teu corpo tão quente
Que me abraça,
Que me aconchega.
Que me sossega,
Que me dobra,
Que me explora,
Que me escuta,
Que me devora...

ILY SAFADO

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Medo


Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano,
Ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada,
Os cumes, as montanhas,
O longo caminho sinuoso através das florestas,
Através dos povoados,
E vê à sua frente um oceano tão vasto,
Que entrar nele nada mais é do que
Desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira.
O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.
Voltar é impossível na existência.
Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano
É que o medo desaparece.
Porque apenas então o rio saberá
Que não se trata de desaparecer no oceano,
Mas .. tornar-se oceano.
Se por um lado é desaparecimento,
Por outro lado é renascimento.

AUTOR DESCONHECIDO

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Espera


Espero...rs....e acalmo minha exitação,
sim...a tua espera,
lenta, manhosa, cruel,
mas também,
adocicada pela lembrança da última vez em que
sorriste para mim, antes de depositar um beijo
demorado nos meus lábios.
A tua espera acarinhada pelos ponteiros do relogio,
que se mexem na tua direção,
onde o tempo me vai finalemente
levar,
onde eu sei que me vais esperar.
Espero, impaciente por essas horas de loucura
que me vais proporcionar,
e que eu vou anticipar, retribuir,
gozar.
Quero-te, já sabes...
e sei que tu me queres também...
e esta espera aumenta o meu tesão,
sinto água na boca,
paixão
desejo..
quero-te sim,
e esta espera....rss
me desespera.


NFHMILY


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu sou vento


Não fales, não digas mais nada,
o silêncio faz durar o prazer,
e ele retém os outros lá fora,
aqueles que não podem ver.

Não olhes para mim de frente,
evita o meu olhar louco
tu sabes o quanto é perigoso,
encantares-te com o não dito.

Nunca me vais conhecer,
nem ver, nem ouvir sequer,
porque eu sou apenas um toque,
uma carícia, um prazer,
e um sopro amargo no teu coração.

Desculpa-me por estas palavras
sem retorno ,
sentimentos presos na tua boca muda.
Eu sou assim, vento que toca,
que abraça, que penetra,
e que se vai embora,
eu sou assim,
eu sou vento.




quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Marcas




Se tu pudesses guardar-me
no teu peito,
nas tuas "garras",
bem presa nessa tua boca faminta...
O que farias de mim ?
Que tipo de "morte lenta" me reservarias ?

Hoje tenho mais umas "lembranças" tuas...
que contemplo arrepiada...
arranhões no peito esquerdo,
negrura na nádega esquerda,
sim...sempre do lado esquerdo ..
será por ser o lado do coração ?

Pois este coração pulsa nas tuas mãos
derrete-se , implora por ti,
cresce sempre que me tocas
e ainda te quer "consumir" muitas vezes
com todo o fôlego que lhe resta.

Eu não vi bem as marcas que te deixei...
....também do lado esquerdo ?
INY